segunda-feira, 27 de julho de 2015

Quais os caminhos para construção de uma rede de aprendizagens?

É possível uma escola mais conectada com o seu tempo? Qual o tamanho do fascínio da juventude por múltiplas linguagens na cibercultura?  Quais os caminhos para a construção de uma rede de aprendizagens?

No modelo de educação que se tem, a escola ainda desenvolve um currículo aprisionado a uma estrutura localizada e temporalizada que não corresponde às demandas da chamada sociedade da informação, ou sociedade em rede, na qual é possível se aprender de vários lugares, ao mesmo tempo, online e off-line, juntos e/ou separados. A possibilidade instantânea de qualquer pessoa informar e estar informada pelos desenvolvimentos da rede é que faz a diferença.

Na educação, as redes de comunicação trazem novas e diferenciadas possibilidades no âmbito das relações interpessoais, com os conhecimentos e com a própria aprendizagem. A dinâmica e as inúmeras capacidade de estruturação das redes colocam todos os integrantes de um momento educacional em conexão, aprendendo coletivamente, discutindo nas mesmas condições. As redes, mais do que uma interligação de computadores, são articulações gigantescas entre pessoas conectadas com os mais diferenciados objetivos. É a internet que possibilita a integração e a articulação de todas as pessoas conectadas com todo o conteúdo digital do ciberespaço. 

Para que uma rede de ensino constitua-se de fato uma rede de aprendizagens, é preciso garantir o direito de aprender de cada estudante, conhecendo e respeitando sua cultura e características, através de um conjunto de ações e práticas articuladas que tenham como compromisso a aprendizagem de todos e de cada um, onde as trocas e os fluxos de informação e recursos alimentem relações e aprendizagens coletivas, orientadas por um propósito comum que é a garantia do direito de aprender. Para isso, a escola precisa inserir essas pessoas em práticas educativas e sociais em que a aprendizagem mediada por, com e através das mídias tenha um papel significativo, ela precisa estar aberta e interligada a esse mundo.

O estudante do século XXI não é mais um ser passivo. Ele passa a ser um colaborador do processo de ensino e de aprendizagem e os professores, assumem o importante papel de estimularem esses estudantes a buscarem informações e conteúdos adequados ao currículo e às disciplinas escolares numa construção coletiva, participativa e colaborativa. Para isso, é importante que a escola se organize para lidar com estudantes cada vez mais conectados e informados e que buscam, nesse espaço, apoio para facilitar o processo de aprendizado.

Dentro de uma pesquisa maior, que envolve diversas escolas e universidades do Brasil, a SETE, através da Escola Municipal São Cristóvão, participou de uma experiência atrelada ao Projeto Rede de Colaboração Universidade Escola - iniciativa da PUC de São Paulo que vivenciou, através da metodologia de projetos, o tema da UNESCO de 2015: “A Luz em Minha Vida”. 

Na experiência,  além de uma equipe multidisciplinar, a pesquisa envolveu três turmas, uma do 8º ano e duas do 9º ano do Ensino Fundamental. O objetivo principal deste projeto foi constituir uma rede de pesquisadores envolvendo alunos e professores da Educação Básica e  professores das Universidades, de forma que todos se transformassem em pesquisadores e compartilhassem conhecimentos vivenciando novas sociabilidades.

O Projeto propiciou, através do uso das tecnologias e das redes, relacionamentos mais horizontais e menos hierárquicos entre os participantes. Nesta prática, os estudantes tiveram um papel muito mais ativo e atuaram como parte integrante da produção de conteúdo e foram os protagonistas de suas aprendizagens. Outro fator que merece destaque é  a criatividade na elaboração de lindas narrativas, pois houve uma integração de diferentes mídias nas apresentações feitas ao longo do projeto e com grande reconhecimento de todos da Rede de Pesquisa colaborativa Universidade Escola - e da significativa experiência da Escola Municipal São Cristóvão.