sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Pesquisa mostra como serão as escolas em 2030

Pesquisa mostra como serão
as escolas em 2030

Em estudo do Wise, especialistas dizem que habilidades socioemocionais vão ter importância maior que o conteúdo curricular
Nas escolas do futuro, muitas coisas vão ser diferentes: a tecnologia vai estar mais presente, o ensino vai ser personalizado, abordagens híbridas de aprendizado vão ser mais exploradas, o foco vai sair do conteúdo curricular e as habilidades socioemocionais vão ocupar lugar fundamental na formação dos estudantes. É o que mostra a pesquisa lançada esta semana pelo Word Summit for Education (Wise), da Fundação Catar, chamada de School in 2030 (Escolas em 2030, em livre tradução).
No total, foram ouvidos para o levantamento 645 especialistas, de todo o mundo, e 75% deles afirmaram que o conhecimento acadêmico não vai mais ser o mais valorizado na formação dos estudantes, mas sim, as competências pessoais, como a habilidade de interagir com os outros, de se comunicar, de tomar decisões e de gerir o tempo de forma eficaz.
A preocupação em preparar os estudantes para a vida, e não apenas para responderem testes, é uma discussão que está ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Em março deste ano, o Instituto Ayrton Senna publicou uma pesquisa realizada com 25 mil alunos, que mostrou que ao desenvolver as competências socioemocionais, o desempenho dos estudantes melhora nos conteúdos cognitivos. Por exemplo, um jovem mais resiliente e persistente tende a ir melhor em exatas, por não desistir logo no primeiro erro e ter o ímpeto de continuar tentando até acertar.
Para atender a essa tendência, em julho, a Capes lançou o Programa de Apoio à Formação de Profissionais no Campo das Competências Socioemocionais, que fomentará a produção acadêmica sobre habilidades não cognitivas e a formação de professores nessa área.
A ênfase nessas habilidades também ressoa no expectativa dos especialistas em relação às reformulações dos modelos de ensino. 83% deles acreditam que o currículo, em 2030, vai ser personalizado, respeitando os interesses e atendendo às necessidades individuais de cada estudante, tornando o aprendizado um processo mais colaborativo.
Instituições de ensino de diversos países já estão adotando modelos de ensino personalizado. Um exemplo de rede de escolas que tem um modelo voltado às necessidades de cada aluno é a High Tech High, localizada na Califórnia, nos Estados Unidos. Como o Porvir mostrou no especial sobre personalização, as 11 escolas da rede possuem quatro pilares pedagógicos: personalização, conexão com o mundo real, interesse comum em aprender e professor como designer do aprendizado.
Assim, o professor passa a assumir um papel de mentor, ajudando os alunos a descobrirem seus interesses, talentos e assim buscar autonomamente um aprendizado adequado às suas necessidades. De acordo com a pesquisa do Wise, 73% dos entrevistados disseram acreditar que o professor terá como função orientar os alunos ao longo de suas trajetórias de aprendizagem autônoma.
Essa nova postura do docente também apareceu no relatório do NMC (New Media Consortium), de junho deste ano, que apontou as seis principais tendências para a educação básica. A justificativa é que com o crescente acesso à internet por parte dos alunos, o professor deixa de ser a primeira fonte de conhecimento e se torna ainda mais imprescindível no papel de orientação e mediação. O educador passa a ter que ensinar os estudantes a aprender ao longo da vida, a relacionar conteúdos pedagógicos com o mundo real e os instiga a aprofundar suas pesquisas para além da internet.
Os 645 especialistas ouvidos para a pesquisa School in 2030, responderam a um questionário on-line, durante o mês de junho. Deles, 38% são do da área de educação, 32% de organizações sem fins lucrativos, 17% do setor público e 13% do setor privado.

10 dicas e 13 motivos para usar celular na aula

10 dicas e 13 motivos para usar celular na aula

Unesco lança guia com recomendações políticas a governos interessados em incluir tecnologias móveis na escola
A Unesco publicou um guia com 10 recomendações políticas em que tenta ajudar governos a implantarem esses recursos nas salas de aula e traz ainda 13 bons motivos para ter esse aliado na educação. A questão do acesso já está mais ou menos resolvida, o problema agora é dar significado ao uso destes dispositivos na educação. Especialistas da Unesco espalhados pelo mundo começaram a elaborar um guia com orientações que servissem a qualquer governo, independentemente do grau de maturidade que o país estivesse nesse debate.
A primeira orientação é ter políticas que incentivem o uso das tecnologias móveis em sala de aula. Isso pode querer dizer tanto criar políticas da estaca zero ou ainda atualizar políticas que foram criadas no momento em que as tecnologias móveis ainda não eram tão acessíveis. “As diretrizes políticas relacionadas ao aprendizado móvel que forem criadas devem estar em harmonia com as que já existirem no campo das TIC”, afirma a Unesco no documento.
Na sequência, o guia traz à luz a necessidade de se formar professores e de fazer isso com o uso de tecnologias móveis, para que eles também se apropriem dessas ferramenta na vida deles. Outras recomendações presentes no documento dizem respeito à criação de conteúdo adequado e à promoção do uso seguro e saudável das tecnologias. Com essas orientações, acredita a Unesco, os governos estarão mais próximos de usufruir dos benefícios do aprendizado móvel, dentre eles ampliar o alcance e a equidade da educação e facilitar o aprendizado personalizado.
Confira, a seguir, um infográfico com as 10 recomendações e os 13 bons motivos para se usar tecnologias móveis em sala de aula.
Fonte: PORVIR

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Site disponibiliza lista de livros em homenagem ao Dia do Professor

por Portal BrasilPublicado06/10/2014 12h22
Em comemoração ao Dia do Professor, festejado no Brasil no dia 15 de outubro, a 105ª edição da seção ‘Jornal’ do Portal do Professor traz uma seleção de histórias e experiências vividas por profissionais de diversos estados, além de apresentar métodos de ensino-aprendizagem utilizados em sala de aula. A publicação eletrônica ainda fornece ao leitor diversas notícias, entrevistas e sugestões de livros aos interessados no tema.
Destaque para a obra 'A Alegria de Ensinar', de autoria do educador Rubem AlvesAo percorrer as páginas do livro, o leitor irá se deparar com indagações sobre o papel do educador, que antes de ser especialista em ferramentas do saber, deveria ser especializado em amor: intérprete de sonhos.
A edição também selecionou, na seção ‘Espaço do Professor’, um caso de experiência pedagógica em matemática desenvolvida por professoras do município catarinense de Cocal do Sul.
Além disso, a participante da seção ‘Entrevista’, Maria Isabel da Cunha, docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo (RS), fornece um relato sobre seu projeto de pesquisa na área de prática pedagógica e formação do educador.
Confira abaixo os 15 livros indicados para quem deseja se aprofundar no tema e/ou levar os conhecimentos adquiridos para a sala de aula:
Um Bom Professor faz toda a DiferençaTaylor Mali – Editora Sextante – Brasil – 2013 – 1ª edição
Neste livro, Mali conta histórias divertidas e tocantes de sua experiência no ensino fundamental, dando ótimos exemplos de como um bom professor pode influenciar positivamente a vida de seus alunos e incentivá-los a dar o máximo de si.
Ele mostra que, em qualquer matéria, as lições que não podem deixar de ser ensinadas são aplicação, empenho, cooperação, flexibilidade, superação, reflexão crítica e capacidade de resolver problemas – habilidades fundamentais no dia a dia de todas as pessoas.
Além disso, defende que o verdadeiro papel do professor é estimular o desenvolvimento de indivíduos que gostem de aprender coisas novas, sejam naturalmente curiosos, confiantes e flexíveis e estejam prontos para qualquer desafio que encontrem pela frente.
O Professor faz a DiferençaJosé Lopes, Helena Santos Silva – Editora Lidel – Portugal – 2010
Os autores constataram que a influência do professor é superior a fatores como o ambiente familiar do aluno, a sua origem étnica e nível socioeconômico, a sua motivação e potencial intelectual.
Que práticas e características dos professores estão então mais diretamente relacionadas com uma aprendizagem eficaz dos alunos? Nesta obra dirigida a professores e estudantes encontra-se resposta para esta e outras perguntas, ou seja, contraria-se a ideia feita de que todos os professores são iguais.
Através deste livro, o leitor toma ainda conhecimento das estratégias e métodos de ensino mais eficazes na aprendizagem dos alunos e poderá tirar partido das inúmeras sugestões de aplicação na sala de aula.
Aula Nota 10Doug Lemov – Editora Da Boa Prosa – Brasil – 2011 – 1ª edição
Doug Lemov, especialista em efetividade do aprendizado, apresenta 49 técnicas para que os professores possam obter sucesso em fazer os alunos aprenderem. O autor também apresenta outras técnicas, procurando cobrir os aspectos da dinâmica professor-aluno e mostrando como criar um clima positivo e estimular os alunos a pensar criticamente. A segunda parte é sobre ensinar o aluno a ler e apreender o que está lendo.
Educar... Um Ato de AmorDarbí José Alexandre – Editora Mundo Mirim – Brasil – 2009
A partir do amor ao próximo podemos alcançar o desenvolvimento crítico, intelectual e moral do educando. É essa a ideia central de Educar… Um ato de amor. Na obra,  foi descrita um pouco da vivência do autor, explicações sobre a sua ‘teoria da expectativa’ e reflexões esclarecedoras sobre a importância do planejamento, do trabalho em equipe e da avaliação. Em seus textos e nas inúmeras palestras que dá a professores, pais e alunos, o professor Darbí José Alexandre partilha seus estudos e sua experiência de trinta anos de magistério.
Superdicas para Ensinar a AprenderCarlos Alberto Júlio e outros – Editora Saraiva – Brasil – 2008 – 2ª edição
Como foi possível aprender o que sabemos? Como podemos memorizar informações com qualidade? Como saber cada vez mais, melhor e com profundidade? Como dominar temas que podem fazer de nós pessoas de sucesso, atingindo o melhor desempenho pessoal e profissional? A obra trata desses e de outros assuntos. Foi escrito por autores de carreira brilhante em diversas profissões, que, justamente por isso, ainda têm muito e ensinar e a aprender.
A Coragem de EnsinarParker J. Palmer – Editora Da Boa Prosa – Brasil – 2012 – 1ª edição
Parker Palmer defende que se precisa de muita coragem para ser professor, mas isso não é tudo. Ele sugere que quem opta por transmitir conhecimento deve se apresentar perante os alunos de forma transparente e integral. Ou seja, só consegue de fato sensibilizar os alunos quem se dedica de coração a essa nobre tarefa.
O autor reconhece que técnicas são importantes, mas não suficientes, acredita muito na relação entre o aluno e o professor e o encantamento deles com algo maior que é o saber. Se existem dias onde é difícil conter a alegria resultante do impacto causado na vida das pessoas, em outros, é tão difícil esconder o sofrimento diante das limitações externas, do desinteresse de alguns alunos, do baixo reconhecimento.
Mas, para ele, se a opção foi por algo que se ama, é também obrigação do professor fazer parte da busca e solução do sistema, é preciso que depois da consciência particular os professores se unam para, em conjunto, encontrarem um modo mais rápido de dar vazão à sua vocação. Quem, se possível, não escolhe uma escola onde os professores deixam aparente que amam o que fazem?
O Bom Professor e sua PráticaMaria Isabel da Cunha – Editora Papirus – Brasil – 2011
O "bom professor" e seu dia a dia como indivíduo e educador, sua prática e metodologia são temas aqui discutidos com o objetivo de apresentar uma proposta de novos rumos ao curso de magistério que atenda às necessidades de inovação do ensino no País.
Professores e ProfessaurosCelso Antunes – Editora Vozes – Brasil – 2007
Qual é a maneira certa de educar? Como se portar na sala de aula? Se o ensino não ocorre, o que há de errado? E você, é professor ou um 'professauro'? Irônico e ideológico, este texto, ainda que introspectivo, revela não apenas uma, mas várias fórmulas para inovar a prática educacional, evitando as constantes frustrações. Como professor, Celso escreve para os colegas de trabalho, revelando em detalhes o que pode ser feito para enriquecer a vivência em sala de aula.
O Stress do ProfessorMarilda Lipp (Org.) – Editora Papirus – Brasil – 2002
Os problemas relacionados à educação são complexos e numerosos, o professor está sob constante pressão, o que o leva, muitas vezes, a apresentar uma série de comprometimentos biopsicossociais que resultam em baixo nível de motivação, de autoestima e em sensação de insegurança.
É preciso que o professor, por seu papel de formador de ideias, aprenda a lidar com o stress ocupacional de modo eficaz, indicando a seus alunos como enfrentar e superar as situações de desgaste e as dificuldades. Desse aprendizado surgirá uma sociedade mais forte, formada de adultos e crianças que terão mais facilidade para se adaptar às exigências do mundo moderno, aptos para desenvolverem-se com qualidade de vida.
O livro apresenta estratégias que auxiliam a lidar com o stress. São textos práticos, de fácil assimilação, úteis tanto para os que atuam como professores ou diretores, quanto para os que formam e são responsáveis pela formação de docentes.
O Aluno, o Professor, a EscolaCelso Antunes, Rubem Alves – Editora Papirus 7 Mares – Brasil – 2011
A educação vista pelos olhos de professores experientes e apaixonados. Eis o que se encontra neste pequeno livro. Acompanhado de um DVD com a seleção dos momentos mais significativos do encontro entre os dois autores, esta leitura pode servir de subsídio para a discussão de temas fundamentais na prática escolar. Como transmitir nossos valores para os mais jovens, a educação da sensibilidade, o que podemos fazer em relação ao bullying, os horizontes da formação dos educadores são alguns dos assuntos analisados pelos autores.
A Alegria de EnsinarRubem Alves – Editora Papirus – Brasil – 2000
O nascimento do pensamento é igual de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especializados em amor: intérpretes de sonhos.
Conversas com um Jovem ProfessorLeandro Karnal – Editora Contexto – Brasil – 2012
O professor entra na escola e parece que nasceu para dar aula: sabe como lidar com os alunos, faz camaradagem com os colegas, dialoga com os pais. Nunca comete um deslize, passa muito bem o seu recado e todos o adoram. Será que nasceu sabendo ou foi aprendendo ao longo de alguns sucessos e outros tantos fracassos?
Nestas "conversas" o leitor não encontrará citações de grandes obras, conhecerá experiências em classe. Tanto as que deram certo como as que fizeram o autor se arrepender depois. Professor com vasta experiência, dono de texto envolvente, Leandro Karnal discute os problemas cotidianos daqueles que lecionam: como dar aula, como corrigir provas, o que é necessário lembrar numa reunião com os pais. 
Pais Brilhantes, Professores FascinantesAugusto Cury – Editora Sextante – Brasil – 2003
Formar crianças e adolescentes sociáveis, felizes, livres e empreendedores é um belo desafio nos dias de hoje. A solidão nunca foi tão intensa: os pais escondem seus sentimentos dos filhos, os filhos escondem suas lágrimas dos pais, os professores se ocultam atrás do giz.
A quem interessa este livro? Aos pais, aos professores da pré-escola, do ensino fundamental, médio e universitário, aos psicólogos, aos profissionais de recursos humanos, aos jovens e a todos os que desejam conhecer alguns segredos da personalidade e enriquecer suas relações sociais.
O Valor do ProfessorGabriel Perissé – Editora Autêntica – Brasil – 2011 – 1ª edição
As mais belas ideias sobre educação, os mais sinceros e comoventes elogios ao papel do ensino no desenvolvimento de um país e os sonhos mais generosos em que a escola aparece como espaço de verdadeiro aprendizado e crescimento humano não resolvem o problema da educação se as professoras e os professores não forem e não se sentirem valorizados.
Esta obra, por meio de um rico diálogo, oferece argumentos mais que convincentes para a valorização desses profissionais, que ocupam lugar incomparável na vida de cada um de nós e na estrutura social.
Pensatas PedagógicasMario Sergio Cortella – Editora Vozes – Brasil – 2014 – 1ª edição
Os vícios e as virtudes, os princípios e as práticas, a docência e a essência, as lições e as ações fazem deste livro a "fina flor" após quarenta anos de prática educacional de Mario Sergio Cortella.
Tal como um testamento o autor mostra no que acredita, seu modelo de mestre e de escola e alinhava o futuro da instituição educacional. E acima de tudo fala de gente, do cotidiano profissional, da dor e da alegria de fazer e pensar educação. Mais que uma obra, uma paixão de ser e de viver educação.
Sobre o Portal
Lançado em 2008 em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Portal do Professor tem como objetivo apoiar os processos de formação dos professores brasileiros e enriquecer a sua prática pedagógica. Este é um espaço público e pode ser acessado por todos os interessados.
Além disso, é um espaço on-line no qual educadores têm acesso a sugestões de planos de aula, conteúdos multimídia, notícias sobre o panorama geral da educação no País, iniciativas governamentais, podendo até mesmo interagir em fóruns de discussão com outros profissionais da área.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Educação do Século XXI

Computadores, tablets e telefones em sala de aula: banir ou não banir?

NEWTON CAMPOS
27 Setembro 2014 | 23:56
Lá atrás, nos idos de 1980 e 1990, tanto no colégio como na faculdade, lembro-me dos professores que aceitavam (ou não) leituras paralelas ou walkmans em sala de aula. Para quem não sabe, os walkmans eram toca-fitas (de música) portáteis. Alguns professores viam isso como um problema, outros não. Para alguns dos professores que aceitavam essa prática, o conteúdo acessado geralmente tinha alguma importância: uma coisa era ter um aluno lendo a revista Super Interessante numa aula de ciências ou o jornal O Estado de S. Paulo numa aula de economia, outra coisa era ter um aluno lendo Playboy ou escutando música. Em geral, fiquei com a lembrança de que a grande maioria dos professores considerava atividades paralelas como um desrespeito à sua figura ou à do conteúdo proferido.
Atualmente, se pararmos para pensar, o problema continua relativamente parecido. Entretanto, hoje não são apenas as triviais revistas em quadrinhos, fitas-cassete ou jornais que os alunos podem levar para sala de aula. Eles podem levar praticamente toda sua vida e as vidas dos outros com eles: calendários, correios eletrônicos, enciclopédias (Wikipedia), serviços de voz (Skype), tratamento de dúvidas (Google) e mensageria instantânea (WhatsApp), relacionamentos sociais (Facebook), canais de televisão (Netflix) e música (Spotify), além obviamente de todo tipo de documentos e jogos.
Por incrível que pareça, a proposta de banimento destes aparelhos em sala de aula virou um tema de grande discussão nas últimas semanas em vários fóruns de qualidade: The New YorkerMedium e The Chronical of Higher Education, por exemplo, publicaram opiniões a favor e em contra o banimento de computadores, tablets e telefones em sala de aula.
Como professor, acho esta discussão muito pertinente, dado que também tenho sido bastante afetado pelo fenômeno. Dependendo do dia, posso chegar a ter 50% da sala de aula consultando estes aparelhos. O que faço? Devo proibi-los? Compartilho argumentos a favor e em contra da proibição:
A favor do banimento:
- Muitos alunos não possuem discernimento para entender qual interação será mais importante para seu futuro: a discutida em sala de aula ou a de um debate com amigos no Facebook;
- Os alunos são “seduzidos” e até mesmo “atacados” por tantas distrações que mal conseguem se proteger. O banimento lhes protege;
- Como fumantes passivos, alunos que não estão consultando seus aparelhos acabam se distraindo com os que sim o fazem.
Em contra do banimento:
- Estas tecnologias vieram para ficar, devemos conviver com elas e tanto alunos como professores devem aprender a lidar com elas se quiserem ser cidadãos mais conscientes;
- Distrações como estas sempre estiveram presentes, e sempre tivemos que aprender a conviver com elas;
- Professores que proíbem estes aparelhos em sala de aula estão apenas protegendo sua forma antiga de ensinar ao invés de adaptarem sua pedagogia aos novos tempos.
Está difícil decidir como agir. Dependendo da faixa etária dos alunos e da matéria sendo lecionada o problema ganha dimensões desastrosas. Noto que os alunos mais jovens são mais afetados pela sobrecarga de informação. Por outro lado, matérias obrigatórias (que em colégios, são a maioria), tendem a não despertar o interesse de uma parte do alunado, que migram sua atenção rapidamente para seus aparelhos. Mas acho que banir será sempre a decisão mais fácil. Optei por ensinar e aprender a conviver com esta realidade.
Mas e você? Está a favor ou em contra do banimento destes aparelhos da sala de aula? Por quê? Compartilhe sua opinião.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pesquisadores podem ter acesso a bases de dados protegidos

Terça-feira, 23 de setembro de 2014 - 11:22
Consultores, professores e pesquisadores já podem pedir informações educacionais sobre a base de dados protegidos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Antes, o acesso era restrito à base pública. Na segunda-feira, 22, portaria do Inep divulgou as normas exigidas para pedidos de consulta aos dados.
A fim de garantir transparência e segurança ao processo, exclusivamente para fins de pesquisa e de estudo, foi criado um ambiente seguro. O espaço, na sede do Inep, em Brasília, permite aos pesquisadores a consulta a bancos de dados sobre censos e avaliações. Para ter acesso a essas informações, especialistas e professores que trabalham na produção de pesquisas de interesse acadêmico, do instituto ou do Estado precisam estar formalmente autorizados. O pedido deve ser protocolado em formulário específico, com justificativa para o estudo. O objetivo desse procedimento é qualificar a permissão, respeitada a individualidade e a transparência dos dados.
Servidores públicos que trabalham na produção de pesquisas têm acesso aos dados mediante autorização do presidente do Inep, Chico Soares, ou de servidor do instituto a quem seja delegado tal poder. As informações estarão disponíveis em ambiente reservado, por tempo determinado. Quem for considerado apto a realizar pesquisas deve preencher termo de compromisso e manutenção de sigilo.
Portaria do Inep nº 467/2014, que estabelece as normas de acesso a informações protegidas do instituto, foi publicada no Diário Oficial de União de segunda-feira, 22. No Brasil, o acesso a informações, previsto na Constituição Federal, obedece o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep